Quando vamos a um lugar que tenha um jardim ou uma área verde, dificilmente o ambiente passa despercebido aos nossos olhos. Um jardim bem planejado, ajuda, inclusive, a nos transmitir boas sensações. Não atoa, o paisagismo se manifestou em tempos remotos e mostrou que o homem sentia uma necessidade em adaptar a formação original da composição criada pela natureza de maneira a deixar o lugar mais conveniente. A história do paisagismo tem acompanhado as mudanças mundiais e feito parte da história do homem.
Primeiros registros do paisagismo
No final da Pré-história, as formas da natureza, como montanhas, cavernas e bosques passaram a ser vistas como presenças de formas espirituais. Registros contam que algumas áreas, como Santuário de Stonehenge foram entendidos como locais de observação astronômica, já que as pedras parecem ter sido dispostas de acordo com a posição do sol, nos períodos de solstícios de verão e inverno. Assim, considerados sagrados, eram também usados para a realização de rituais religiosos.
Na fase histórica de formação dos povos, por exemplo, grupos humanos passaram a praticar a agricultura e, a partir de então, deram início à modificação do ambiente como forma de adaptar às necessidades agrícolas, principalmente pelo acesso à água, como no caso da Mesopotâmia, nas regiões banhadas pelos rios Tigres e Eufrates. Nesse mesmo período, surgiam no Egito, as primeiras pirâmides em degraus.
Um pouco mais à frente, surgem espaços em que a relação de uso e convívio tornam-se um só, mesclando assim áreas de pomares, hortas e jardim. Caso dos jardins suspensos da Babilônia, criado a 600 – 652 a.C., hoje considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Já na Grécia antiga, os jardins eram sagrados e não deveriam sofrer a interferência do homem. Os gregos não aprovavam os jardins orientais e faziam o cultivo do que fosse viável ao consumo posteriormente, sem mexer na estrutura nativa das plantas.
Jardins Romanos
Influenciados pela arte grega, eram metódicos e ordenados, com composições que integravam monumentos e estátuas e muros cobertos por trepadeiras. Plantas ornamentais e plantas úteis para a alimentação dividiam espaços de extensas perspectivas e terraços feitos em diversos níveis. Aqui, segundo historiadores, a topiaria é inventada pelos jardineiros romanos. Áreas ensolaradas e com sombra já sofriam intervenções de melhorias no intuito de serem utilizadas a qualquer momento como área de recreação.
Os Medievais
Principalmente cultivados em espaços planos e fechados, os jardins passam, mais do que nunca, à utilidade do homem, onde seriam cultivados, além das plantas alimentícias, plantas medicinais e floríferas, que eram usadas nos altares. Eram cercados por arbustos e trepadeiras, com caminhos que sinalizavam a cruz cristã.
A construção de labirintos nos jardins dos castelos são registros desse período.
O Renascimento como forte influência
O culto à forma fazia com que as plantas fossem tratadas como esculturas e tinham grande relação à construção, fazendo assim parte da arquitetura local, incluindo fontes e estátuas. Cada país tinha uma influência própria na paisagem das áreas.
Na Itália, por exemplo, eram volumosos e opulentos. Já na França, a suntuosidade das construções era valorizada fazendo com que os jardins tivessem, então, plantas mais baixas, para que não escondesse a construção.
Nessa época as formas geométricas e a simetria são valorizadas na paisagem.
Jardins Contemporâneos
Com grande tendência do paisagismo dos séculos XIX e XX, os jardins contemporâneos não ganham novo movimento criativo. Geralmente, os jardins contemporâneos passam uma influência em que remete a uma região ou país específico, temos, assim, jardins ao estilo italiano, inglês, francês e oriental.
Os jardins no Brasil tiveram início com a colonização de Portugal. Posteriormente, com a chegadas de outros povos, houve uma mistura de estilos na confecção das áreas livres.
Já em 1934, no Recife, Burle Marx dá início à produção de jardins com plantas nativas da caatinga e de áreas da Floresta Amazônica. Ele conseguiu, assim, formar uma tendência de valorização das plantas nativas de determinadas regiões brasileiras. Morreu aos 84 anos, deixando inúmeros jardins projetados dentro e fora do Brasil.
Equipe Flora Morumby